domingo, 14 de junho de 2009

ALGO EM COMUM.


Olhe para o seu lado direito. Olhe para o seu lado esquerdo. Olhe para frente, olhe para trás. Se você enxergar alguém, o que vocês têm em comum?

Pode ser que trabalhem na mesma empresa, no mesmo setor. Pode ser que pertençam a mesma família, que tenham o mesmo gosto por motocicletas, que tenham o mesmo amigo ou que adorem cozinhar. Seja lá o que for todos nós temos algo em comum com outra pessoa. Pode ser algo especial ou não, mas pelo menos alguma coisa nós temos.

Escrevo este artigo pelo fato de que o meu “algo em comum”, entre outros, é um cachorro, ou melhor, uma cachorrinha linda chamada Victória. Ela é uma Golden Retriever e passou a integrar minha família há cerca de 2 meses.

E porque estou falando dela? Simplesmente porque desde que ela pode sair de casa e passear na rua comecei a descobrir um novo mundo no bairro onde moro.

Atualmente, a maioria de nós, anda sempre apressado, desconfiado, assustado. Passamos uns pelos outros com uma fisionomia fechada, trancados em nós mesmos, evitando o olhar (a não ser que seja de nosso interesse) e deixando de perceber o que está ao nosso redor.

Quando iniciei os passeios com Victória, ela, sem fazer nada além de caminhar ao meu lado, estabeleceu um elo com pessoas que nunca vi na vida. As pessoas paravam, em primeiro lugar para falar com ela e sobre ela, é claro, mas depois trocávamos sorrisos, bom dia, boa tarde.
Em alguns casos uma conversa mais demorada era estabelecida, mesmo que sobre cachorros, mas isto pouco importa. O que vale é que uma pessoa que, a princípio, nunca falaria com você, passa a te tratar como alguém mais chegado, sem medo, sem um “pé atrás”.

Jovens, casais, pessoas mais experientes, mulheres, homens, pouco importa o sexo, a posição social. Tem uma senhora que fica sentada em um ponto na rua pedindo ajuda e sempre que passo com a Victória ela abre um enorme sorriso para falar com ela e comigo, tem os alunos da escola da minha filha, tem o rapaz da guarita da rua onde moro, e que a Victória faz a maior festa quando vê, tem os donos de outros cães que também estão passeando – hoje conheci um cachorro com um nome muito legal: Billy Joe.

Desde que estes passeios começaram meu bairro parece com uma cidade do interior onde quase todos se conhecem. Hoje mesmo re-encontrei uma moça, que também tem um cachorro, que nos reconheceu na rua e ficamos conversando durante alguns minutos.

Quando a Victória veio para casa pensei estar adquirindo somente um animal de estimação. Hoje vejo que muito mais do que ser minha cachorrinha linda, ela é meu “algo em comum” com outras pessoas. Mais do que um passeio, nossa caminhada é uma renovação da crença de que o ser humano é especial e que existe esperança para todos nós. Obrigado Victória.

2 comentários:

  1. O animal de estimação tem isso mesmo, e o estilo escolhido normalmente espelha o perfil do dono.
    Tem gente que escolhe um cachorro social para relacionar-se, outros um cão violento para expressar algum tipo de agressividade contida, gatos normalmente denotam pessoas mais introspectivas ou caseiras, peixes pessoas calmas e relaxadas, pássaros costumam expressar apego e dominância, cavalos tem ligação com poder, e por aí vai. Quanto mais exótico o animal, mais heterogêneas são as pessoas que os criam.
    Claro que existem casos em que o perfil parece ser exatamente o oposto, o que tem significado no esforço de mudança de comportamento, mas quando isso é fruto de simples desejo ou circunstância, costuma produzir uma relação de desgaste e pouco sucesso.

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  2. Luiz, que coisas lindas você descobriu com a Victória!Ela ainda vai fazer muito mais por você e sua família........A energia que essas criaturas tão puras nos passam não tem preço.Sua Victória é linda, simpática, fofa, tudo de bom.Parabéns por ter escolhido esse amor para a sua vida.Regina.

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