terça-feira, 25 de outubro de 2011

ORAÇÃO DA REALIZAÇÃO

Agradeço por este novo dia, pelos pequenos e grandes dons que colocaste em nosso caminho a cada instante desta jornada. Agradeço por descobrir que dar e receber são na verdade uma mesma coisa.
Agradeço até mesmo pelas dificuldades do caminho, porque sei que por trás de cada obstáculo há grande Luz a ser revelada.
Que Deus me ajude a ampliar minha visão e a perceber que minha realidade é fruto do foco de meus pensamentos. Assim, poderei lembrar que vejo o mundo e as pessoas não como elas são, mas como eu sou.
É minha decisão, a partir de agora colocar o foco naquilo que é construtivo e para tal me determino a plantar as mais positivas sementes.
Peço força para desenvolver a virtude do desapego, para que possamos sempre lembrar que nada de material nos restará quando deixarmos este mundo físico.
É com humildade que abandono agora minhas expectativas, porque sei que meu poder é ilusório. A força que guia minha vida vem daquele que me criou e para quem, tudo é possível.
Guiado por essa força, jamais desistirei daquilo em que realmente acredito, da minha missão de levar Luz ao mundo e aos que me cercam
........................................................Ian Mecler

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

NÃO DESISTA!

"A causa da derrota, não está nos obstáculos,
ou no rigor das circunstâncias,
está na falta de determinação e desistência da própria pessoa."
 ........... Buda

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
 Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.

As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral. 'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena, e para mim, basta o essencial!


Mário de Andrade (1893-1945)

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Tempos de amnésia obrigatória


Com diferença de poucos dias, uma amiga do Rio e um leitor aqui do Sul me enviaram vídeos protagonizados pelo escritor uruguaio Eduardo Galeano. Em um, ele dá uma entrevista e, no outro, lê os próprios textos. Ambos os programas estão acessíveis pelo YouTube. Respeito as coincidências: como é que eu ainda não havia me dedicado a esse grande pensador humanista?

Num dos vídeos, Galeano aparece lendo seu texto “El Derecho al Delírio”, onde descreve como seria um mundo ideal, e aproveita para homenagear aqueles que insistem em não esquecer a própria história (a exemplo das mães da Plaza de Mayo) nesses tempos de amnésia obrigatória.
 A partir daí não ouvi mais nada, pois considerei marcante essa expressão: tempos de amnésia obrigatória. O assunto mereceria um tratado. Amnésia. É o que explica tanta neurose e tanta infelicidade. A gente procura esquecer para poder ir adiante, mas que espécie de caminho trilhamos quando não enfrentamos a verdade?

Esquecer é uma estratégia de sobrevivência. Somos todos uns esquecidos crônicos. Pra começar, esquecemos de alguns descuidos que sofremos na infância, pois nos educaram para considerar pai e mãe infalíveis.

Dessa forma, nossas dores internas acabam ganhando o apelido de fricotes, só que esses fricotes viram traumas, e esses traumas minam nossa confiança na vida e sustentam os consultórios psiquiátricos, já que esquecer é uma forma de impedir a compreensão absoluta de nós mesmos e alguém precisa nos ajudar a lembrar para nos libertarmos.

Esquecemos os desaforos que tivemos que engolir durante um casamento ou namoro, tudo porque nos ensinaram que o amor deve ser forte o suficiente para aguentar os revezes da convivência, e também por medo da solidão, que tem péssimo cartaz.

Então, para nos enquadramos e nos sentirmos amados e estoicos, esquecemos as mentiras, as traições, os maus tratos, as indiferenças e mantemos algo que ainda parece uma relação, mas que deixou de ser no momento em que enfiamos a cabeça dentro do buraco.

Esquecemos em quem votamos, céticos de que em política nada muda, e em vez de investirmos nossa energia em manifestações de repúdio à corrupção, deixamos pra lá e seguimos em frente conformados com a roubalheira, desmemoriados sobre nossos direitos.

E esquecemos, principalmente, de quem somos. Dos nossos ideais, das nossas vontades, dos nossos sonhos, das nossas crenças, tudo em prol de uma adaptação ao meio, de uma preguiça em desfazer o combinado e buscar uma saída alternativa, de uma covardia que gruda na alma e congela os movimentos. Esquecer de nós mesmos é assinar um contrato com a resignação.

Obrigada, Galeano, por nos fazer lembrar: a amnésia é uma opção, não é obrigatória
.................Martha Medeiros